O Beijo de Narciso


Amputa os teus dedos indicadores.
Olha no espelho de almas perdidas.
Tenta apontar no pólo onde te encontras.
E sussurra o quanto devastador isso te parece.
Agora, com o sangue esvaído do teu corpo
Desenha o significado da vida e da morte
E verás o quão absurdo tu te vangloriás-te
Por seres tão insignificante e degradante
Rodeado por zumbidos de uma falsa profecia
Tentarás cometer os mesmos pecados
Presos ao teu coração perecido e padecido
O abismo de lágrimas, um grito final que ecoa
Nos confins de um vazio inexistente, porque agora
As verdades são despidas dos teus olhos
Tu já estavas falecido a tanto tempo
Mas no fundo do caos dos teus pensamentos
Tu já o sabias, e agora prestas serviços aos deuses
Ignorância mortal que louvas religiosamente
Para mostrares ao mundo o lado falso da tua moeda
Desaparecer, no final esse é o teu maior desejo

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